quinta-feira, 13 de maio de 2010

Escola Inclusiva


Bem, como já sabem, sou técnica em educação infantil, apaixonada por educação, e não só gosto como tenho a consciência de que a educação pode mudar o nosso Brasil.


A escola da diversidade


Para se falar em exclusão é preciso que se vá além e se fale em excluído de onde, ou de quê, assim como falar em inclusão, implica falar em incluir onde.

E é preciso falar de exclusão para se falar em escola inclusiva.

Mas porque é preciso falar de uma escola inclusiva?

Porque a escola se configura em um dos espaços mais marcantes da exclusão.

Trabalhando com uma lógica de homogeneidade, que parte do princípio que os iguais devem ser agrupados entre os iguais, a escola tem, sistematicamente, excluído de seu espaço todos aqueles considerados muito diferentes, principalmente aqueles que temos chamado de pessoas com diferenças significativas, pessoas cuja diferença lhes confere um lugar social específico.

São as crianças com deficiências, as crianças com distúrbios globais do desenvolvimento, crianças em sofrimento psíquico.

A estes a escola, historicamente, fecha suas portas, alegando que necessitam de tratamento especializado, de lugares especiais nos quais sua diferença possa ser tratada - é o que se chama de concepção médica de deficiência, tratada como doença do sujeito.

Aqueles que, por conta do êxito de seu processo de reabilitação ou por conta de suas habilidades e capacidades pessoais, conseguem atingir um nível de desenvolvimento considerado compatível com o que se chama normalidade, podem ser integrados à escola.

Aos demais, resta, quando possível, o espaço da educação segregada.

Esta é uma lógica perversa, que coloca no indivíduo a suposta culpa por sua exclusão, afinal, é ele o incapaz.

Contra esta lógica, constrói-se o paradigma de Inclusão e trabalha-se a construção da escola inclusiva.

Mas a escola inclusiva não é feita de boas intenções, é feita de ações concretas, que possibilitem a todas as crianças o aprendizado.

A construção da escola inclusiva é um projeto coletivo, que passa por uma reformulação do espaço escolar como um todo, desde espaço físico, dinâmica de sala de aula, passando por currículo, formas e critérios de avaliação.

É o que chamamos de Inclusão com Responsabilidade, que implica compromisso com o processo educacional por parte de todos que nele estão envolvidos: professores, pais, diretores, dirigentes, secretários de educação, comunidade etc.

É preciso que se pense a formação dos educadores, que não é uma formação para a inclusão, pois não há como preparar alguém para a diversidade, mas de formação na inclusão.

A formação na inclusão não fornece respostas prontas, não é uma multi-habilitação para atendimento a todas as dificuldades possíveis em sala de aula, mas é uma formação que trabalha o olhar do educador sobre seu aluno, que lhe garante o acesso ao conhecimento sobre as peculiaridades de seus alunos e que o ajuda a compreender as necessidades que esse possa ter, a entender que tipo de apoio é necessário, e onde buscá-lo.

A rede de apoio, essencial para o êxito da escola inclusiva, não se confunde com a clínica, embora a inclua. É uma rede dinâmica, construída a partir das necessidades do cotidiano escolar, e que envolve várias instâncias sociais inclusivas.

Assim, para alguns, a rede de apoio pode ser a equipe de reabilitação, para outros, pode ser a equipe escolar, ou os espaços de lazer da comunidade, ou um recurso de convivência social, ou a escola vizinha.

Compreender a dinamicidade da rede de apoio é compreender que a sociedade como um todo deve ser inclusiva, e deve partilhar das necessidades que envolvem a construção da escola inclusiva.

Embora a inclusão da criança com deficiência na escola regular não seja um fato novo, principalmente em âmbito mundial, é a partir de 1994, com a publicação pela ONU da chamada Declaração de Salamanca sobre princípios, políticas e prática em educação especial, que o termo Educação Inclusiva ganha força, e coloca-se como meta dos países signatários da Declaração, inclusive o Brasil.

A base do chamado paradigma de Inclusão está na crença de que a diversidade é parte da natureza humana, a diferença não é um problema, mas uma riqueza. Uma sociedade democrática é uma sociedade para todos; uma escola democrática é uma escola para todos. Inclusão é, antes de tudo, uma questão de ética.

E quem ganha com a inclusão?

Ganham todos. Ganham as crianças com deficiência, que têm a oportunidade de usufruir de um recurso de sua comunidade, de vivenciar a riqueza do espaço escolar, de conviver com parceiros que lhes oferecem modelos de ação e aprendizado impensáveis em uma educação segregada.

Ganham também as outras crianças, que aprendem a conviver com a diversidade, aprendem a respeitar e a conviver com a diferença.

Serão, certamente, adultos muito melhores, muito mais flexíveis.
Ganham os educadores, que enriquecem sua formação e sua prática, pelo crescimento que o desafio de educar a todos lhes proporciona.

Ganham as famílias, que passam a ver seu filho como um cidadão que tem direito de partilhar dos recursos de sua comunidade.

Ganha, em última instância, a comunidade como um todo, que se torna um espaço mais democrático, que entende que todos os seus membros são igualmente dignos.

Educação especial


A atual Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20/12/1996, trata, especificamente, no Capítulo V, da Educação Especial.

Define-a por modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com necessidades educacionais especiais. Assim, ela perpassa todos os níveis de ensino, desde a Educação Infantil ao Ensino Superior.

A Educação Especial é o ramo da Educação, que ocupa-se do atendimento e da educação de alunos portadores de deficiência, sendo uma organização para atender especifica e exclusivamente portadores de necessidades especiais.

O ensino tem sido alvo de criticas, por não promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças. Por outro lado, a escola direcionada para a educação especial conta com materiais, equipamentos e professores especializados.

O sistema regular de ensino precisa ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva.

A educação especial é imprescindível para o desenvolvimento e bem-estar dos portadores de necessidades especiais, pois fornece-lhes as condições necessárias para a aprendizagem, respeitando seus limites e suas capacidades.

Porém, esta pode ser complementada e produzir resultados melhores se for trabalhada em escolas regulares, de maneira a incluir o aluno na sociedade, fazendo-o interagir, trocando experiências e encontrando novas visões de mundo.

A inclusão escolar não favorece apenas os alunos a serem incluídos mas também a todos já inclusos, que aprenderão a respeitar as diferenças e conviver com elas.

E escola inclusiva deve se adaptar para fornecer suporte à educação especial, tanto fisico ( espaço físico da escola) como pedagogico (conteúdo trabalhado e maneira a ser trabalhado), o que requer a mobilização de toda a comunidade e autoridades, para que haja verba e trabalhadores que o façam.

Educação é um direito de todos, e portadores de necessidades especiais devem ser tratados com igualdade e respeito.

E então, quem vem comigo nessa luta pela educação inclusiva?
Tenham uma ótima quinta-feira, e até o próximo post!
Beijos.

Fontes: www.bloguers.com.br
www.wikpidia.com
www.soprando.net


Gostou deste Post? Deixe um comentário!

Nenhum comentário:

Postar um comentário